terça-feira, 18 de outubro de 2011

velocidades...

"De tanto ser rejeitada
já estou habituada,
já não me sinto magoada!
Os anos passaram
e aos poucos já me moldaram.
Com o trato que tu me deste...
a terra que não é cultivada
torna-se agreste!!" (C.T.)

Poderia convidar-te para um sumo de laranja matinal... para partilhar um silêncio à beira mar... mas hoje apetece-me estar aqui sozinha.

Apetece-me simplesmente parar no nada e ficar a contemplar o vazio que preenche os espaços que tu deixaste em branco.

Não te culpo. Culpo-me a mim! Afinal, a responsabilidade deve-se a quem de direito e, neste caso, sou eu a responsável pelo que sinto, pelas expectativas que criei e pelo sofrimento que estou a enfrentar.

Não tenho o direito de te cobrar absolutamente nada! Nem aquele sorriso que tanto adoro, ou a forma como gesticulas enquanto falas com entusiasmo sobre as tuas aventuras diárias...

Apenas tenho o direito de te amar tal como és. Independentemente das tuas escolhas e de onde e com quem queiras estar.

Amo-te pelo que és, não por estares ao meu lado!

Por isso, se a tua escolha é esta, independentemente das minhas opiniões e das minhas vontades... vai! És livre!

No entanto, se a tua escolha for estar ao meu lado, tenho uma coisa para te dizer:

O meu comboio Já está a ser posto em andamento... se quiseres, ainda estás a tempo de o apanhar... mas... se ganha velocidade...



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

o dito amor incondicional?...

Passei grande parte da minha vida a ouvir a célebre frase: “Se amas, deixa ir. Se voltar é porque é teu, se não, é porque nunca te pertenceu!” (qualquer coisa assim do género)...

...e fico sentada na beira da cama a olhar para o tlm que sei que não vai tocar.

A vida... ou melhor: eu, ultimamente tenho-me colocado em cada situação do arco da velha!

Neste momento dou comigo a virar a minha vida do avesso... 180º.... por ela? Não! Por mim! Não digo que não tenha contribuído com um empurrãozito (tipo vaca Milka), mas faço-o por mim! Se antes ainda tinha dúvidas, agora tenho certeza!

Tanto que tenho a perfeita noção de que a aproximação física só irá piorar a situação... ou seja, neste momento ando a capacitar-me para o facto do “tão perto e cada vez mais longe” estar a menos de dois meses de acontecer...

A minha dúvida? O que me tem mantido acordada?

Sempre defendi que o verdadeiro amor, aquele que nunca tinha, realmente, sentido antes era: libertador, leve, puro, inocente... aquele amor onde, acima de tudo, o que realmente importa é que aquela pessoa que amo, seja verdadeiramente feliz! Independentemente de estar ao meu lado ou ao lado de outra pessoa.

Não seria suposto o verdadeiro amor ser altruísta em vez de egoísta?

Não deveria ser o verdadeiro amor aquele que me eleva em vez de me deixar de rastos?

Não faria todo o sentido estar alegre simplesmente pelo facto de saber que amo?

Não seria suposto amar sem pedir nada em troca?

Não seria suposto querer amar a liberdade do outro e deixá-lo voar...

...é o que tenho tentado fazer... mas então...

Porque é que está a doer tanto então?

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"Dear Sweet anything..."

Há umas semanas atrás assisti a uma palestra cujo tema era "o cansaço".

Realmente todos nós sabemos que o nosso ritmo de vida actual traz ao de cima, no nosso vocabulário quase diário, a magnífica frase: "sinto-me cansado!"
Cansaço da rotina; cansaço de aturar os colegas ou até a falta de educação do patrão; cansaço por um acumulado de situações variadas dentro e fora do emprego; cansaço de estar dentro de uma relação que, em vez de alimentar, suga toda a energia que a pessoa possui...

Entre as mil e uma coisas que se podem debater dentro do tema, chegamos ao ponto de bater na inércia como forma de vida...

Ora, também sabemos que existem os cansados e os inertes. É verdade! Concordo plenamente!

Agora, há uma dúvida que me assiste (e lá vou eu...):
Até que ponto poderás tu acusar o outro de viver na inércia?

Vejamos... ao longo da minha curta vida, sempre fui apontada como: preguiçosa, sindicalista, irrequieta, reguila... ei, e nem vamos falar no sebica, ok?
É verdade que nunca aguentei mais de 8 meses num trabalho; o meu currículo é um arco-íris; faço um pouco de tudo, mas nada realmente me satisfaz... pela primeira vez faço parte da "percentagem do país" e sinceramente até fico feliz com isso.
Sim, vivo numa situação inconstante e insegura, mas foi a melhor coisa que me poderia ter acontecido. Consegui, finalmente, aplicar-me naquilo que me faz vibrar..

O que é?
Para já não interessa!

A questão é que eu sempre fui considerada a ovelha negra da família; a coitadinha que entrou para a universidade e, 12 anos depois, ainda não acabou o curso; a menina com mau feitio que começa e nunca acaba; o verdadeiro trovão que, quando chega, toda a gente sabe que vai haver mossa ao sair; a tia que nenhum dos sobrinhos trata por tia, mas sim pelo nome próprio (graças a Deus... não fui registada com o nome Tia)!... e por aí fora...

Mas lá está... agora que a minha aparente inércia começa a dar frutos e já aparecem as palmadinhas nas costas, ainda que um tanto ao quanto incrédulas, digam-me:

Até agora terei eu andado a viver na inércia?

Todas a vezes que mudei de emprego à procura de tempo e oportunidade de fazer o que realmente gosto estava a ser fraca, ou estava, simplesmente, a ter os ditos no sítio para fazer aquilo que muita gente não tem para fazer à sua vida?

Por favor... antes de regurgitarem um "que remédio tenho eu de aguentar a minha vida" parem um bocadinho para pensar que, assim como ninguém lhes aponta o dedo por tomarem as opções de vida deles, também eles não deverão apontar o dedo aqueles que tomam as opções contrárias, ok?