quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"Dear Sweet anything..."

Há umas semanas atrás assisti a uma palestra cujo tema era "o cansaço".

Realmente todos nós sabemos que o nosso ritmo de vida actual traz ao de cima, no nosso vocabulário quase diário, a magnífica frase: "sinto-me cansado!"
Cansaço da rotina; cansaço de aturar os colegas ou até a falta de educação do patrão; cansaço por um acumulado de situações variadas dentro e fora do emprego; cansaço de estar dentro de uma relação que, em vez de alimentar, suga toda a energia que a pessoa possui...

Entre as mil e uma coisas que se podem debater dentro do tema, chegamos ao ponto de bater na inércia como forma de vida...

Ora, também sabemos que existem os cansados e os inertes. É verdade! Concordo plenamente!

Agora, há uma dúvida que me assiste (e lá vou eu...):
Até que ponto poderás tu acusar o outro de viver na inércia?

Vejamos... ao longo da minha curta vida, sempre fui apontada como: preguiçosa, sindicalista, irrequieta, reguila... ei, e nem vamos falar no sebica, ok?
É verdade que nunca aguentei mais de 8 meses num trabalho; o meu currículo é um arco-íris; faço um pouco de tudo, mas nada realmente me satisfaz... pela primeira vez faço parte da "percentagem do país" e sinceramente até fico feliz com isso.
Sim, vivo numa situação inconstante e insegura, mas foi a melhor coisa que me poderia ter acontecido. Consegui, finalmente, aplicar-me naquilo que me faz vibrar..

O que é?
Para já não interessa!

A questão é que eu sempre fui considerada a ovelha negra da família; a coitadinha que entrou para a universidade e, 12 anos depois, ainda não acabou o curso; a menina com mau feitio que começa e nunca acaba; o verdadeiro trovão que, quando chega, toda a gente sabe que vai haver mossa ao sair; a tia que nenhum dos sobrinhos trata por tia, mas sim pelo nome próprio (graças a Deus... não fui registada com o nome Tia)!... e por aí fora...

Mas lá está... agora que a minha aparente inércia começa a dar frutos e já aparecem as palmadinhas nas costas, ainda que um tanto ao quanto incrédulas, digam-me:

Até agora terei eu andado a viver na inércia?

Todas a vezes que mudei de emprego à procura de tempo e oportunidade de fazer o que realmente gosto estava a ser fraca, ou estava, simplesmente, a ter os ditos no sítio para fazer aquilo que muita gente não tem para fazer à sua vida?

Por favor... antes de regurgitarem um "que remédio tenho eu de aguentar a minha vida" parem um bocadinho para pensar que, assim como ninguém lhes aponta o dedo por tomarem as opções de vida deles, também eles não deverão apontar o dedo aqueles que tomam as opções contrárias, ok?

Sem comentários:

Enviar um comentário